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A vida é uma guerra, que não vemos muitas vezes, mas estamos presentes.
E por mais que não saibamos, e o desespero bata forte.
Já somos mais que vencedores.
Por meio dEle. |
Como posso começar esse texto? Complicado. Eu poderia apenas
colar um versículo bíblico de Gálatas 5, que por si já diz muito. E é aquilo no que
acredito. Mas hoje eu vou deixar aqui algo sobre Carnaval. O motivo pelo qual
não participo.
Mas antes um resumo do antes, da vida superficial que eu TINHA com Deus.
Muitas vezes, durante minha adolescência
e infância, vi amigos meus pulando carnaval. E eu não vou mentir, em certos
momentos, eu ficava chateada. Por não poder participar de uma festa tão elaborada,
tão falada, tão brasileira. Logo eu... Que gosto muito de uma festa. Um dia, quando comecei a entender o que o Espírito
Santo falava a mim, em todos os aspectos da minha vida. Ele me fez entender o
motivo do carnaval, ou melhor o motivo para não participar.
É importante que você entenda que o Espírito Santo é uma pessoa, tem
sentimentos. E é o espírito de Deus, e Ele tem ciúmes de você, zela por você.
Quando entendi isso percebi muitas outras coisas na minha vida. O que eu fazia,
o que fiz todos os dias até aquele bendito dia, eram coisas que agradavam o Espírito
Santo? Um silêncio. Eu estava agindo como Cristo agia? Percebi que em poucas
vezes. E logo me despertou algo para avaliar aquilo que eu não fazia, mas que
desejava fazer. Estar no meio da famosa festa da carne, entre outras práticas
até consideradas simples e sem dano aparente. O carnaval, onde o livre torna-se
de uma forma tão simples em uma versão distorcida de alegria. Tantos sonhos, famílias,
gerações, pessoas e seus sentimentos são destruídos em dias de carnaval. Talvez
você, que sempre participou do carnaval e nunca viu problema nisso, me ache um
tanto radical. Mas essa é a menor das minhas preocupações.
Como jovem quis sempre trazer alegria. Ser admirada e amada num ciclo social é
o desejo de toda pessoa que passa pela adolescência. Muitas vezes eu acreditava
que se sentasse ali, ao lado de um amigo e se compartilhasse uma bebida alcoólica
ou falasse alguma piada suja isso levaria nosso amigo me considerar, amar mais. Ou até me ver como alguém legal. Afinal
de contas, ser quadrada já era minha função. “Ela é da igreja”. Mas a vontade
de estar ali, de falar “olha eu também quero e posso.” Superava muitas vezes o que eu entendia do
evangelho, de Cristo e de mim mesma! Será que eu realmente estava preocupada
com meus amigos? Eu sabia que em dias como esse de carnaval, traições aconteciam,
corações eram partidos, pessoas corriam risco e com certeza morte física, mas
principalmente espiritual. Eu tive todos os outros 365 dias do ano para chamar
as pessoas pra perto de mim, e consequentemente para perto de Cristo. Foi um
estalo para perceber, se eu não estava levando ninguém a pelo menos pensar, a
me perguntar, a me questionar sobre ficar de fora do “melhor evento do ano/país”
realmente meu nível com Deus estava raso demais, conformismo é péssimo. Cuidei
disso. Ainda estou cuidando, e vou continuar.
Carnaval. Pelo meu olhar. Hoje em dia.
Então, entendida com Cristo e vivendo o que eu considero a melhor fase de
todas, aquela que você se deixar ser podado por Deus, eu vi o carnaval com
outros olhos... Se você já esteve alguma vez em uma igreja deve ter ouvido o
Pastor convidar alguém a aceitar a Jesus, deixar que Ele entre e faça uma obra
maravilhosa em tudo. E sempre que alguém aceita esse convite, é inevitável “Hoje
pela sua conversão está acontecendo uma festa no céu”. E realmente, “Eu digo que, da mesma forma, há
alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”
Lucas 15:10. Então comecei a me perguntar, o que acontece quando rola o oposto? Quando
pessoas se perdem, morrem repentinamente, em acidentes e outras fatalidades,
sem ter o acesso a salvação. Quando casamentos, futuros casamentos, são destruídos.
Com certeza não é uma festa. Eu imagino a tristeza do Espírito Santo ao ver
tantas histórias, tantos planos de Deus, tantos propósitos sendo interrompidos.
Deus reservou um tempo e escreveu o que de melhor poderia acontecer na sua
vida. O que você pensa ser a receita-de-bolo-para-ser-feliz-eternamente não
chega nem aos pés. Ele não fez um malote de 200 em 200 pessoas com mesmos dons,
histórias e destinos. Ele criou e projetou para cada um, como quem te conhece
bem, algo que vai além do que você
sonha. Então se não bastasse trocar os
projetos de Deus por um momento de curtição (que eu posso te falar que vai
acabar em furada) e entristecer seu coração, existe mais alguma coisa? Existe. Você
pode não frequentar uma igreja, mas algo eu te garanto, o mal está aí e não ta pra
brincadeira. Uma vez que você dá espaço pra que ele faça marcas que vão definir
quem você é, até conhecer Jesus que muda o que somos para melhor,
ele vai ter permissão pra atuar na sua
vida. É como uma brecha, uma vez aberta apenas um conserto verdadeiro resolve o
problema. Tapar buracos com outras coisas não a faz deixar de ser brecha. E o
problema vai continuar ali. Muitos amigos meus me procuram me contando sobre
problemas do passado que parecem insuperáveis, alguém impossível de esquecer,
um trauma que não se apaga com o tempo. E eles me perguntam qual a receita para
se ver livre, “você parece superar tudo tão bem”, eu poderia dizer que sou
desapegada. Mas eu sei que se dependesse de mim estaria presa como meus amigos estavam, Jesus era minha solução. Ele não tapou a brecha, ele consertou a
parede e deixou nova, intacta.
O amor.
Durante o decorrer dessa nossa conversa eu falei vagamente de exemplos do amor
de Cristo. E esse amor que constrange que já o sentiu, é o verdadeiro motivo de
tantas pessoas, algumas que você conheça até, mudarem de vida radicalmente.
Deus tem um amor por nós de Pai, uma cuidado que te protege. Diferente de
nossos pais, que são humanos, Ele não
erra, jamais. O que Ele nos ensina e nos diz pra fazer é sempre pra nossa
proteção. Dá pra entender um amor desse? Você erra e erra todos os dias, e Ele
sempre está ali disposto a te aceitar não importa o que tenha acontecido. Ele
está ali pra você como ninguém jamais vai estar.
Finalmente, o motivo para o não-carnaval...
O verdadeiro motivo é: não quero. Uma vez que entendi o amor, senti o cuidado,
e fui invadida pela graça senti que algo dentro de mim mudou, a vontade de
estar perto do único que poderia me fazer sentir realmente única também. Que
não me veria como mais uma garota, mais uma noitada, mais uma colega, mais uma
bobinha, mais uma enganada... Mas me vê como filha. Como herdeira de tudo que é
dEle,mesmo sem merecer. Ele nos tomou para Ele. Nos amou primeiro. E esse é o
motivo para eu não fazer tantas coisas, entre elas pular carnaval.
- ♡
Obs.: Esse não foi um texto de julgamento, mas um texto de amor. Compartilho
hoje, que entendo a graça e misericórdia
de Deus, aquilo que torna meu mundo mais colorido. Mais alegre de verdade, o
que me dá esperança todos os dias. Com certeza não consegui expressar nem
metade do que eu gostaria sobre o amor de Deus, que é o tema principal dessa
mensagem. (Embora você tenha começado a ler pensando que era sobre carnaval)
Leve isso pra vida, Ele te ama demais. ♡
Xx, Amanda P.